(Eu não deveria estar escrevendo isso. E esse deveria ser o meu mantra sobre esses assuntos: Eu não deveria gastar tanto tempo e energia com essas questões. Mas eu sou teimosa). Há um tempo atrás eu me deparei com uma dessas frases num "término" pelo facebook. Ouvir uma frase dessas me doeu bastante por diversos motivos: pegou no orgulho, no fim de um rolê para o qual eu não estava preparada, no aparência de que para aquele Outro a quem eu tinha me doado tanto era assim tão fácil me descartar da sua vida. Fiquei pensando como seria quando assim, de repente, aquela pessoa não tivesse mais nenhuma notícia minha, nenhum contato meu - a gente realmente sumisse um do outro. Ou um da vida do outro."Se cuida" é uma frase, em geral, muito qualquer coisa: Pode ter um milhões de significações atribuídas tanto por quem fala quanto por quem ouve, e pode não significar absolutamente nada. Esvaziada, em geral, de qualquer intenção sentimental, me fez questionar, primeir...
Eu sou uma pessoa ansiosa, isso é um fato. Pessoas ansiosas também tendem a pensar demais sobre as coisas, prevendo infinitas possibilidades de como vai ser o futuro, sofrendo por antecipação. Vivem no dia seguinte, o que as prejudica nos seus afazeres cotidianos. Pessoas ansiosas sofrem com a expectativa de algo que vai acontecer. Torcem pela aceleração o tempo, o que prejudica o seu viver. Afinal, bem clichê mas bem verdade, o tempo é o tecido da vida. Essa ansiedade me prejudica em todos os âmbitos da minha vida, mas em um deles, no amor, ela tem me atrapalhado além do aceitável. Afinal de contas, ninguém ama pra ficar sofrendo. Como qualquer mulher nesse mundo, coleciono histórias de opressão em relacionamentos que tive com homens. Confiante num projeto alternativo possível de sociedade, me reivindico feminista, o que ao contrário de "resolver meus problemas", me abre a perspectiva para um leque de possibilidades de opressão a que me submeto sempre que me relacion...
Imagina uma universidade, um espaço que forma “o futuro da sociedade” que pensa e reflete sobre ela, espaço de debate, questionamentos, desconstrução e construção. Uma universidade a serviço da população, de toda a população, que procura não apenas formar bons profissionais, mas também pessoas melhores – humanamente falando. É, talvez essa universidade esteja um pouco distante da nossa realidade, e infelizmente disso já sabemos, mas as vezes ela simplesmente nos surpreende um pouco mais. Negativamente falando. Nessa semana uma denúncia trouxe a tona o “submundo” da faculdade de medicina da USP de Ribeirão. Uma música de conteúdo racista, machista e misógino, cantada pela bateria da faculdade foi divulgada e as pessoas ficaram horrorizadas, dividas em discursos de incredulidade ou de aceitação (“a gente sabe que é assim” ou “é só uma brincadeira”). Junto com isso, inúmeras pessoas da universidade, até então silenciadas começaram a denunciar práticas que, pasmamos todos, condiziam e...