(dos afagos desesperados)
Olha, a gente se procurou, se procura, foi tudo meio assim, meio do nada. Mentira, não foi do nada, não foi assim que eu vi... mas vai saber, nunca da pra saber o que as pessoas estão pensando, se nem mesmo eu sei, as vezes, o que eu to querendo dizer... Mas a gente se manteve assim meio próximo, onde o limite da sua impessoalidade permitia. Não sei se essa é a palavra certa, pensei em frieza, mas não combina. Acho que pode ser medo, pode ser asco, pode ser indiferença... Não vou ficar aqui tentando adivinhar. A verdade é que você, assim como eu, tinha um propósito. A verdade é que eu, diferente do que seria o ideal a se fazer, precisei de você desesperadamente. Precisei porque, olha, a culpa foi minha, é verdade, mas precisei primeiramente, talvez, como um amigo. Não estávamos destinados a nenhum mal maior, era só a saciedade de se estar junto – junto a alguma coisa. Não precisava de flores, eu nunca gostei muito de flores. Não queria um chocolate de sobremesa pro almoço, não queria