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Mostrando postagens de agosto, 2015

Por que a solidão precisa ser ressignificada?

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Um dia, numa mesa de bar e entre algumas cervejas me disseram o seguinte: “J., eu tenho medo que você fique sozinha. Você não constrói relações afetivas duradouras, expulsa a maioria das pessoas da sua vida e se fecha num casulo só seu. Não pode fazer isso”. E eu venho pensando incessantemente sobre isso desde então. Eu gosto de ficar sozinha. Eu sempre gostei de ficar sozinha, eu sempre gostei muito das pessoas, dos caras, até não gostar mais e isso ser transformar em algo indiferente pra mim, eu sempre tive poucos amigos que me pareciam suficientes. Quando eu era mais nova isso não me parecia um problema – até quando eu comecei a crescer e isso passou a ser sinal de fracasso, principalmente social. Acredito que é possível ser feliz sozinha/o. E, de repente, em algum momento de passagem pra vida adulta essa convicção se transformou primeiro numa dúvida e, logo, numa nova visão de que isso seria impossível, porque a solidão é sinônimo de fracasso e infelicidade para as pessoas. O

Relatos de Mochila 2: alguns detalhes

Bem, demorados alguns meses (atrasados) um relato um pouco mais específico sobre minha viagem de Janeiro para Argentina/Bolívia. Essa foi minha segunda vez em Buenos Aires, dessa vez fui com o André. Ficamos hospedados num hotel que encontramos no booking chamado Bet Hotel, que fica na rua Saavedra, nº 526. Bom, não era um hotel ruim, apesar de ser muito mais parecido com um Hostel. Pegamos um quarto individual com banheiro, mas havia opções de banheiro compartilhado. O bom é que o pessoa que trampava lá era bem atencioso. Fomos de ônibus do aeroporto até lá – duas horas de viagem com um ônibus circular normal, maior role – mas pelo menos gastamos pouco. O hotel ficava meio mal localizado, para ser sincera, então acho que compensa procurar hotéis e hostels em regiões mais centrais. Como as reservas do booking eram para ser pagas antes, não tinha como trocar sem sair no prejuízo. No dia em que chegamos, como ficou tarde, acabamos apenas saindo para jantar. Fomos numa pizzaria m

É preciso suportar o próprio peso e aprender a se libertar

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Nunca fui boa de iniciar textos. Normalmente eles começam a fluir lá pelo terceiro parágrafo, e acabam ficando desconexos. Acho que são as ideias, elas parecem raios voando indo e voltando, desaparecendo, aparecendo todas ao mesmo tempo. Bom, outra coisa que eu também nunca fui muito boa é lidar com meus problemas. Há um tempo atrás eu pensei ter encontrado a melhor forma de lidar com eles: negação. Substituição. Entrega. Tipo essas três palavrinhas combinadas. Eu me apaixonei por uma pessoa que eu mal conhecia. Me apaixonei perdidamente. Minha cabeça se ocupava 90% do tempo em pensar sobre isso – eu respirava esse sentimento, eu me agonizava e sofria cada interpretação errada, cada grosseriazinha, cada dissabor. Eu precisava daquele sentimento, daquela pessoa. Só ela fazia sentido, eu projetava, eu me dedicava basicamente aquele sentimento. Meus outros problemas pareciam de certa forma muito menores, porque eu tinha aquele “amor”. Mas e eu, eu realmente estava feliz? Não digo