Por que a solidão precisa ser ressignificada?
Um dia, numa mesa de bar e entre algumas cervejas me disseram o seguinte: “J., eu tenho medo que você fique sozinha. Você não constrói relações afetivas duradouras, expulsa a maioria das pessoas da sua vida e se fecha num casulo só seu. Não pode fazer isso”. E eu venho pensando incessantemente sobre isso desde então. Eu gosto de ficar sozinha. Eu sempre gostei de ficar sozinha, eu sempre gostei muito das pessoas, dos caras, até não gostar mais e isso ser transformar em algo indiferente pra mim, eu sempre tive poucos amigos que me pareciam suficientes. Quando eu era mais nova isso não me parecia um problema – até quando eu comecei a crescer e isso passou a ser sinal de fracasso, principalmente social. Acredito que é possível ser feliz sozinha/o. E, de repente, em algum momento de passagem pra vida adulta essa convicção se transformou primeiro numa dúvida e, logo, numa nova visão de que isso seria impossível, porque a solidão é sinônimo de fracasso e infelicidade para as pessoas. O