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Mostrando postagens de 2011

(dos afagos desesperados)

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Olha, a gente se procurou, se procura, foi tudo meio assim, meio do nada. Mentira, não foi do nada, não foi assim que eu vi... mas vai saber, nunca da pra saber o que as pessoas estão pensando, se nem mesmo eu sei, as vezes, o que eu to querendo dizer... Mas a gente se manteve assim meio próximo, onde o limite da sua impessoalidade permitia. Não sei se essa é a palavra certa, pensei em frieza, mas não combina. Acho que pode ser medo, pode ser asco, pode ser indiferença... Não vou ficar aqui tentando adivinhar. A verdade é que você, assim como eu, tinha um propósito. A verdade é que eu, diferente do que seria o ideal a se fazer, precisei de você desesperadamente. Precisei porque, olha, a culpa foi minha, é verdade, mas precisei primeiramente, talvez, como um amigo. Não estávamos destinados a nenhum mal maior, era só a saciedade de se estar junto – junto a alguma coisa. Não precisava de flores, eu nunca gostei muito de flores. Não queria um chocolate de sobremesa pro almoço, não queria
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Me peguei pensando em passado ontem. Só chama passado por uma razão, e eu não queria viver disso. Não que faça diferença, entre viver de ir vivendo e viver de passado. O problema é quando se vive de passado sozinho, e quando se vive de passado e continua sofrendo. A única desculpa para se viver de passado é isso te fazer melhor, porque quem sou eu pra julgar aqueles que por algum motivo preferem viver em memórias ao invés de criar novas? O problema é que o futuro é assustador e o presente asfixia. Não consigo entender quando isso começou, talvez quando você foi embora. Estive esse tempo todo com medo de ser essa a razão, mas afinal que mal há nisso? Admitir um problema não faz dele menor ou maior, talvez mais real. Foi difícil, precisei enfrentar muitos pesadelos para conseguir, mas admiti. Foi horrível, não sabia que o desespero poderia ser tão faminto. Acho que, acima de tudo, tão doloroso. Estive perdida sem saber direito porque, e sei lá, talvez isso não sirva de nada, mas saber ag
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Olha, tô aqui insistindo nisso, mas é que tem coisa que a gente precisa mesmo insistir. Mas também tem coisa que já é demais, né? Como saber que tem que acordar cedo e ir dormir tarde. Eu to aqui, morrendo de sono, sabendo que amanhã vou ter que acordar cedo e além de tudo tomar banho, e eu olho no relógio e to vendo os minutos. Você sabe que os minutos quando querem sabem voar, né? Pois é. Mas eu to aqui, to escrevendo, porque olha, vou ter que repetir... Tem gente que insiste em errar o mesmo erro, eu to errando. Só conheci gente assim porque estou sendo assim. Mas quer saber? No fundo, quem nunca? Dizem clichês que sentimentos e razão não andam bem juntos. Divergências políticas. Concordo. Tô pra descobrir que isso aqui é a ausência mais pura de razão e o transbordo de todos os sentimentos do mundo. Tem um monstro no meu estômago, o nome dele é solidão. Tá me empurrando pra baixo, pro lado, pro outro, pra cima, pro nunca mais, pro até quando... Até quando? Até quando alguém aguenta

20/11 - Carta de Saudade

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Querida Carlota, Hoje tomei a coragem de te escrever, porque explodiu no meu peito uma tristeza enorme ao saber que você foi embora. Eu queria entender, sei que estivemos distantes, sei que as coisas mudaram... Mas queria entender porque sempre sinto você tão próxima como amiga, mesmo tão distante. Queria entender porque sinto tanta falta de você. E é que eu me sinto tão sozinha ainda, depois de tanto tempo em que eu estou aqui, você ai, nossos outros amigos também "espalhados", e mesmo assim esse sentimento de que falta alguém é tão recorrente e presente, me acompanha sempre. Parece que sempre tem aquela coisinha pra contar, desabafar e não tem pra quem. Parece que conhecer pessoas demanda um esforço muito maior do que quando nos conhecemos. Parece que não consigo me encontrar nessas tantas outras pessoas, mesmo depois de tanto tempo aqui, é como se eu estivesse "vivendo" pela metade. Você me conhece, a intensidade e o exagero sempre fizeram parte de mim, mas nesse

Das liberdades da gente

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E sim, eu estou aqui, parada e presa, e sem liberdade, porque me coloco nessa situação. E quantas vezes não fazemos isso a nós mesmos, nos prendendo à pessoas que nem sempre nos querem. Nos privando de todo e qualquer tipo de liberdade de ser, de ter, de querer. Nos movimentando de acordo com os passos do outro e esperando respostas por isso, fazendo com que nossas ações saiam de acordo com o que se tem do outro, construindo situações para estar "ali" na hora certa. Não basta "deixar o outro ir", porque não se trata disso. O outro não está querendo ficar, na verdade ele nunca esteve, de fato, aqui. Se trata de permitir a si mesmo ir embora, colocar uma pedra em cima e se "libertar" - porque afinal de contas se se está preso é porque assim se quis. E isso dói muito. A percepção do que se é possível fazermos a nós mesmos, principalmente quando percebemos num "estágio avançado" que há alguma coisa errada, desconexa, você não é mais você, simplesment
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Querida Carlota, Hoje te escrevo em meio àquela típica ressaca da qual costumávamos compartilhar. Minha cabeça dói, mas seria mentira dizer que exagerei apenas na bebida. Você sabe, você me conhece bem, que ao te escrever procuro sempre desesperadamente por um aconchego. Hoje a única pessoa com quem eu queria falar, é você. Tenho um desabafo a fazer, amiga. E acho que você me compreenderia muito bem, se estivesse aqui comigo. Eu não consigo entender as pessoas. E talvez com certeza eu esteja no meio dessas pessoas, porque algumas vezes eu também não consigo me entender. O sentido pra mim sempre foi muito simples, e a saída é fácil. Estou falando sobre práticas cotidianas, estou falando sobre “se quer faz, se não quer não faz”, sabe? As escolhas sempre estarão presentes e a gente vai precisar escolher. Essa coisa de ficar andando na indecisão, argumentando que não sabe de nada, não tem certeza, pode ser mas pode não ser, isso não funciona. Pare, pense e decida. Se foi a decisão certa ou

rouquidão

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“Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consomem cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe mas foi só mais um engano? E quantos ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com essa fome na boca” (C.F.A)

Os Indivíduos em Formação na nossa Sociedade

Que juventude é essa? Ontem participei de uma mesa que discutia "os dilemas da realidade brasileira". Saí de lá depois de 3 horas de argumentações e exposições e, apesar de cansada, com os ânimos um pouco mais animados. Ao entrar no facebook me deparei com um comentário que me deixou bastante irritada: "Flanelinha é LADRÃO! Um absurdo A Liga defender um cara desses! Que raivaa!". Bom, eu li e pensei: Só pode ser zueira. Fui lá e comentei: "Meu, que comentário absurdo", tentando introduzir uma discussão, que sim seria polêmica e isso estava anunciado na própria frase da menina. Ai que ela me responde: "Cobrar dinheiro de quem estaciona o carro em via pública é extorsão! Tem que ter pena é de quem trabalha e tem que pagar as contas tanto quanto ele e tem que pagar caro em estacionamentos pra não contribuir com um absurdo desses e pra ter o carro realmente seguro. Porque sequer eles cuidam dos carros. Não existe desculpa pra um crime". E, como se nã

A recorrente desilução

Muitas vezes paro pra pensar e considero que estou fazendo muito menos "pro mundo" do que eu poderia/deveria fazer. Me considero, aliás, uma pessoa de extrema consciência, embora até pessoas de extrema consciência por vezes caiam em reproduções de "coisas ruins". Mas não é disso que vim falar. Sofri uma tremenda desilusão com uma coisa chamada MOVIMENTO ESTUDANTIL. Não conheço esse movimento em outros lugares, mas aqui em Campinas ele me parece, no mínimo, patético. Num nicho de universidades que abrigam a elitizinha e a classe média da região, salvo exceções, claro, era óbvio que isso pudesse acontecer, afinal de contas além de conhecermos bem o funcionamento de uma universidade "de excelência" - ou, a meu ver, uma universidade escrota (em alusão à uma magnífica tirinha feita pelo grupo "miséria") as pessoas se tornam escrotas também. Mas é claro que a gente pensa que uma vez que se estude, se leia e se tenha o MÍNIMO de entendimento do mínimo (
Vim escrever, mas perdi a vontade. To sem vontade pra fazer qualquer coisa.
Voce tem um grande amor. Talvez o maior de todos, se não do mundo pelo menos o amor mais intenso que voce já sentiu em todos os seus anos de vida. E você, de repente, tem a possibilidade de perdê-lo. Você não sabe o que aconteceu, nem o que está acontecendo. Talvez seja você que está mudando, isso é totalmente possível. De repente as coisas ficaram complicadas, ficaram mais difíceis e tudo foi ficando confuso, estranho, complicado. Aquela solução que parecia ser a melhor, a mais certa a ser tomada de repente parece um erro, um terrível erro. Há possibilidade de tudo acabar? Se há, isso da medo. Medo porque é obvio que dentro de um relacionamento as pessoas passam por momentos de crise, momentos ruins, os dois lados. E seria uma tristeza sem fim simplesmente desistir de algo tão bonito por causa de fases ruins. Dar um tempo é sempre um risco,concordo. A gente fica nessa angústia, nesse medo de perder.... MUITO medo, muito medo de perder a única pessoa que se amou dessa forma, porque

Passo-a-passo do machismo

Bom, não tenho a intenção de transformar isso aqui num blog político cheio de opiniões etc e tal. Mas precisava desabafar em plena condição de indignada e aflita em que eu me encontrei depois de ver o capítulo e hoje da novela Insensato Coração - da rede Globo. Primeiro, é óbvio, há de se pensar: Mas que raios você tava fazendo vendo NOVELA? Porque, vamos combinar, há zilhões de outras coisas muito mais interessantes pra se fazer. Mas é que confesso, tenho uma queda por programações e coisas ruins (qualitativamente) e, depois, acho interessante assistir novela porque acredito que seja um instrumento de difusão de ideologia muito eficiente, pras classes de média pra baixo da população. Nessa novela há uma personagem chamada Cecília, interpretada por uma atriz bem jovem que namora ou namorava aquele menino que acha que é cantor, o Pe Lanza (enfim to me perdendo). Na trama ela interpreta uma menina muito boazinha, direita, bonita, limpinha, cheirosa, de princípios e que namora o filho do

A arte de (se) mudar

Há um relato-desabafo que precisa ser feito, e eu não podia enrolar mais para fazê-lo, ou ele perdia sua atualidade. Há um tempo atrás, na antiga casa em que eu morava, eu e meus pais descobrimos que pagávamos um aluguel exorbitante e que eu deveria me mudar. No primeiro momento dessa descoberta estávamos "desesperados" mas logo que esse primeiro desespero passou, percebemos que era possível ficar lá até encontrar uma casa boa para morar - e que entre outras coisas, compensasse também. Quando avisei os outros moradores, comentei da seguinte forma: Vou precisar me mudar, acontece que pode ser "amanhã" ou pode ser no "final do semestre". Uma das meninas saiu da casa, um dos meninos foi pro quarto dela e seu quarto ficou vago. Um dos meninos que tinha um quarto "inferior" queria mudar de quarto, mas ele preferia o meu. Aceitamos um novo morador na casa, baseados no fato de que eu iria sair e portanto o menino pegaria meu quarto quando eu saísse e qu

Recolhimenro

Começou de novo.

Tomando decisões

Nunca - e esse é um jeito recorrente deu começar meus textos - pensei que eu teria que tomar uma decisão que envolvesse tantas coisas, tantos pormenores e tantas consequências pra mim. Claro, tomar decisões envolve lidar com as consequências que elas implicam. Mas eu ainda não estava preparada pra brincar de gente grande nesse aspecto. Não mesmo. Sobre o método: Colocar num papelzinho X de um lado, Y do outro. Listar os prós e contras de cada um e avaliar o custo benefício. MAS, não seria eu se não tive um toque de drama na história. Eu não consigo fazer isso, simplesmente acho difícil demais. Quando começo a me inclinar pra um, penso "ah mas a outra..." e ai fico nesse impasse. É reconfortante - engraçado - que eu tenha até sexta-feira para dar meu veredicto final sobre isso. Escolher o que eu quero fazer e NÃO PODER ME ARREPENDER, pelo menos não nos próximos dois meses. Meu maior medo é se eu vou conseguir dar conta, tanto de um lado, quanto do outro, de lidar com as conseq

Lição 1

Sempre soube que existia em salas de aula aquela disputa, aquela coisa de marcar seu espaço, ganhar "moral". Hoje eu perdi um pouco desse meu espaço. Embora eu nunca tenha desejado estar nessa "batalha" com eles. Assumo, a gente passa por uma hierarquia dentro da sala, onde a figura do professor é a de autoridade. É ele que tem poder sobre os alunos - ou é o que se pressupõe. Fui dar uma aula como professora substituta e resolvi propor uma redação bem simples. Percebi que um dos alunos estava lendo um livro e eu perguntei "você não vai fazer a redação?" e ele respondeu, sem nem olhar pra mim "não" e voltou a ler o livro. Eu tentei ainda perguntar mais alguma coisa, mas ele simplesmente me ignorou. Claro que eu fiquei COMPLETAMENTE sem graça - e que eu perdi um pouco do respeito que eles sentiam por mim. Também, imagino que em qualquer circunstância, em qualquer situação você ser ignorado e tratado grosseiramente faz você perder um pouco da sua co

Experiências

Eu pensava que ia demorar um tempão até começar a dar aula. É que era uma coisa que eu sempre quis, sempre mesmo. Sabe aquelas vontades de pequenininha? Bem assim mesmo, mas ainda falta(va) muito pra me formar em licenciatura, essas coisas de formalismos. E ai surgiu a oportunidade de dar aula num cursinho popular. Embora não fosse aula nem de história (matéria que eu me dava super bem no colégio) e nem de sociologia (matéria que eu pretendo dar)eu achei que poderia assumir a "responsa" e topei o desafio. Bom, nem preciso pensar pra dizer o quanto eu estava nervosa e com medo e assustada e com um tijolo de 15 kg no estômago quando precisei entrar na primeira sala. Todos, TODOS os alunos da sala sentados e olhando pra mim com cara de curiosos e, imagino, captando toda a minha tensão ao entrar na sala. Foi assustador. Claro que minha mão começou a suar e eu pensava "AI, O QUE EU FAÇO AGORA?" e claro que eu gaguejei um montão de vezes durante a aula. Quando eu me apres

pequenas percepções,

Me dei conta hoje de quão idiota e fracassada eu sou. Mas também me dei conta de quantas pessoas de algum modo angustiantes, existem no mundo.

encolhimento da alma

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Esses dias me bateu uma tristeza muito grande, incontrolável. Bateu, dominou e ai, "passou". Mas não passou. Hoje estou me sentindo como estava me sentindo exatamente quando essa tristeza bateu. Também não sei se é tristeza tristeza mesmo, se é aflição. Acho que é um pouco dos dois. Acho que é uma mistura de vários sentimentos. Estou me sentindo mal, praticamente sozinha. E tenho a perfeita noção de que a culpa é minha, mas ao mesmo tempo não sei o que fazer pra reverte isso. As pessoas perdem o sentido pra mim a medida que eu me perco delas, e isso é muito triste. Não consigo me reaproximar, não consigo vê-las de outra forma, e tudo parece se construir de forma a reforçar as minhas opiniões sobre minhas relações. E claro que a culpa não é dos outros, é minha. E claro que eu sei que é minha, por isso é ainda mais revoltante pra mim porque eu não consigo controlar. Não é simples como dizer "Se uma pessoa não lhe faz bem, se afaste dela" porque sou eu que não estou fa

pequenas notas,

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“Amar é querer a liberdade, a completa independência do outro, o primeiro ato do verdadeiro amor; é a emancipação completa do objeto que se ama; não se pode verdadeiramente amar senão a um ser perfeitamente livre, independente não somente de todos os outros, mas mesmo e sobretudo daquele pelo qual é amado e que ele próprio ama.” (Bakunin).

Uma dose de

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glicose, muita glicose.