Sobre tanta falta
Não há absolutamente nada que eu escreva aqui ou que eu pense que fará mais sentido depois de escrito, que vá conseguir expressar o que eu estou sentindo nesse momento. Talvez a ilustração mais plausível seja a metáfora que diz que o coração foi dilacerado. Eu acho que se eu pudesse explicar esse sentimento a alguém diria, com certeza, que meu coração foi dilacerado. Esmagado pela mão de um gigante. Esse não é um texto sobre a morte. Não tenho nenhuma competência pra falar disso. Nem sobre a vida. Queria que fosse alguma coisa que ajudasse a lidar com a ausência que a morte proporciona. Pensei que queria poder dizer sobre o que vem depois do dilacerar - o vazio que fica. (Vazio agudo). Em casa, perdemos um amor felino. Um companheiro cheio de personalidade, o Pablo. Viajei terça, a última vez que eu o vi. Eu disse que voltaria sexta, mas por um relaxamento de agenda, resolvi voltar sábado. Descobri de manhã que ele havia sido atropelado. Sabe, pensei muito nisso. Em quanto não faz