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Mostrando postagens de junho, 2012
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Eu sinto uma dor. Uma incontrolável e longa dor. Um despropósito gigante que é viver. Uma angústia dentro, um poder corrosivo. Acho que venho perdendo a vontade. A perda vem se acumulando e as experiências não valem a pena. Mesmo os sorrisos parecem tão pequenos e incapazes de lutar contra isso. Não são armas, porque não vejo possibilidade. Devo ter sido derrotada e estive tentando me enganar... Qual o próximo passo, agora?

carta

"Querida Aurélia, Tem feito um frio anormal por aqui. Confundo muito se pensar é bom ou ruim pra isso que eu to sentindo, acho que é uma grande dúvida. Talvez, mas só talvez, eu esteja perdendo alguns sentimentos mais quentes. É verdade, Aurélia, que hoje, enquanto eu te escrevo, eu me sinto mais leve e mais dona da minha felicidade, porque tenho encontrado na escrita uma maneira de tentar dizer o que eu sinto. Mas ao mesmo tempo a sensação de vazio é tão grande que eu fico pensando se posso abarrotá-la de coisas outra vez... A questão é que eu nem sei como começar e também não tenho vontade de procurar. Enquanto chove, enquanto o ar esfria e enquanto eu penso em alguma solução maciça, minha alma tenta desesperadamente buscar uma lembrança. E ela nem é real. Perdoe-me por isso minha amiga, por esse tom. As coisas ficaram ruins, fugiram das minhas mãos. Fazia tempo, pra ser sincera, mas eu vinha empurrando pra baixo do tapete, tentando esconder aquilo que, por medo, eu não consegu

(literatura de desabafo)

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Vim buscar uma forma de desabar pela escrita. Isso sempre funcionou, até hoje. Até que eu não consegui escrever, e ficou saindo um monte de baboseira. Eu apagava. Saia de novo, eu apagava. Quando uma coisa quebra uma vez ela nunca mais volta a ser mesma... Acontece o tempo todo, liquidificadores, maquinas de lavar, corações, almas... Todo esse tempo estive estilhaçada sem querer perceber. Dei cinquenta mil voltas com fita adesiva, achando que depois de um tempo isso entraria em mim e tudo ficaria bem. Normalmente o caminho mais fácil é negar. Negar o quão profundo alguém te machucou – e achar que aceitar um pedido de desculpas é suficiente pra te curar. A verdade é que a única coisa que eu consigo pensar é quão fracassada eu sou. Quanta dor toda essa situação me causou. E quanto ainda tem corrido dentro de mim, como um veneno que insiste em não querer sair, cristalizado no coração, na mente... perturbando. Meu único momento de calmaria é quando estou dormindo. É quando posso ter um d