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Mostrando postagens de maio, 2010

Meloso :)

"Irremediavelmente apaixonada". Sim, era de se esperar. Depois de tanto tempo tentando negar, quem diria. Na verdade, negar mesmo. Afinal de contas era absurdamente impossível não notar. E era absurdamente impossível negar. Já tinha se pegado várias vezes pensando nas infinitas possibilidades de enfim consumar o ato. Ela tinha a plena certeza que aquilo seria maior, bem maior do que ela imaginava. Pensou tanto, pensou que era mentira. Pensou que não tinha chances, era só ela mesma, e uma quantidade super grande de pessoas bonitas e milhões de vezes mais interessantes. Muita coisa na cabeça, muita. Muita contradição, o tempo todo. Foi quando, então, ganhou um gatinho no braço. E decidiu que não lavaria mais, nunca mais, porque afinal de contas era a forma de mantê-lo meio "vivo", ali. E ai descobriu que não precisava mantê-lo vivo dessa forma. Ele já estava cravado ali. Nas milhares de borboletas no estômago se agitando descontroladamente. Nas milhares de vezes em qu

#número 4

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Essa coisa assim, de ficar sendo muito entendido, muito culto, muito "gosto de música boa". Essa coisa de querer ficar impressionando, sendo inteligente, sendo capaz de dominar o mundo. Essa coisa, meio que de perder identidade, de se perder. Nunca ser burro, nunca ser menor. Nunca, nunca, nunca. Sempre ter que estar por cima, na frente, em primeiro. Em segundo é pouco, em terceiro é inaceitável. Isso de deixar o orgulho, esse orgulho, aquele. De deixar ele falar mais alto, bater sem precisar, atacar sem ser atacado. Hostilidade, grosseria, fim de festa e dor no pé, e pensar que está com dor no pé e saber que está com dor no pé e, quando chega alguém e pergunta "quer sentar?" fala "Não. Meus pés não doem, eu não sinto nada. Sei andar de salto desde os 10 anos, sei como é". Sabe de tudo, sabe-tudo. Dizer uma idéia e quando dizem alguma coisa sobre ela dizer "é, eu já sabia" ou discordar, de tudo, o tempo todo. Pensar "ninguém sabe mais do que

O que não entenderiam?

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"Quando eu resolvo parar e refletir sobre algumas coisas que ficaram pra trás, eu fico pensando se devo ir atrás de algumas pessoas ou não. No início, talvez me deixando levar pelo sentimentalismo das coisas, eu fico pesando o quanto eu gosto delas, quanto me diverti com elas, quanto precisei delas, quanto tempo estivemos juntos... Mas ai eu percebo que não é isso que vai me fazer decidir. No fim, bom ou ruim, o que conta nas minhas escolhas é a preguiça que eu tenho de ter que me dar a elas. Ir atrás de alguém sempre envolve abrir mão de coisas, fazer concessões, "voltar atrás", se desculpar... E não necessariamente deva vir só do meu lado. Só que fica muito mais fácil procurá-las assim, abrindo mão... Mas me cansa. Me cansa pensar que essas reconciliações não vão durar nada. Me cansou já, pensar que de fato existem pessoas que não sabem ficar ao seu lado. Não por elas, por você mesmo. Elas não sabem porque você não deixa elas saberem. Talvez eu nem queira, mas é como s

do movimento do mundo #3

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Todo dia Ofélia pensava em mil coisas que estavam erradas e que ela não falava. Pensava, pensava, pensava. Pensava sem poder fazer nada. Pensava tanto que se consumia pensando e não tinha energia para fazer outras coisas. Ofélia era assim, se entregava. É bom, se entregar. Hoje em dia tem pouco gente no mundo que faça dessa forma, sempre tem um pé atrás, quando não tem os dois. E Ofélia não sabia ser de outra maneira, não queria. Ofélia ofendia, ofende. Ofélia sorria. Ofélia chorava. Ofélia sentia mais que todos e todos os sentimentos, sentia bem. Era sobre isso que ela não podia fazer com as outras pessoas. Ninguém entenderia porque ninguém sabia ser como ela, ninguém via como ela. Ela tentava, tentava mesmo, falar. Sabia o que precisava ser feito, conhecia do assunto. Mas não conseguia falar, Ofélia não podia. Não podia porque ao pensar ela já havia esgotado, se esgotado. Falar não era preciso, era preciso que as pessoas acompanhassem seus pensamentos, suas idéias. "Não tem ning