Postagens

Mostrando postagens de 2013

2013: O ano que trouxe, levou.

Todo mundo tem aquele ano em que começa meio sem esperança: o ano seguinte foi ruim e as expectativas foram reajustadas. Esse vai ser só mais um ano, como todos os outros anos: nenhuma expectativa em relação ao amor, à faculdade, ao emprego, ao mundo. Mas a gente se surpreende, mesmo que sem expectativas, com as pequenas peripécias da vida. Ah, a vida. Que sopro, que espetáculo maravilhoso e dialético. 2013 me trouxe a necessidade de lidar com o vazio que é quando uma vida próxima a nós se vai. Eu, que nunca tive que lidar com a dor da perda, do pedacinho arrancado. 2013 me trouxe – ou me deixou – o vazio de perder um amigo, uma pessoa querida. Me deu o gosto amargo da inexistência, do fim de um longo ciclo, da transformação de um indivíduo e todo o seu conhecimento, bagagem, sentimentos, ações em nada, literalmente. Foi quando eu aprendi que podemos tentar ao máximo aprender uma fórmula, jamais conseguiremos. Cada um que vai, ao nosso redor, deixa a falta. De certa forma nos most

Sobra tanta falta

Imagem
Nunca perdi alguém próximo, até sexta. Até acordar com o telefone tocando, com o nome da pessoa marcado na tela, às 08:00 da manhã, pouco convencional - e ouvir a voz de outra pessoa, entrecortada. E entender que algumas notícias não tem volta por mais que desejemos assim acima de tudo. O que é difícil? Talvez o fato de que aquela pessoa que era, que existia, não existe mais... Acho que não processei ainda, fico pensando que poderia passar na casa dele para dar um oi, jogar uma conversa fora, reclamar que não consigo fazer nada porque não sou boa o suficiente e ouvir que a juventude jamais, em hipótese alguma, pode ser pessimista. Receber uma ligação no meio da semana reclamando que eu não o visito mais, que faz tempo que eu não ligo... "Oi, menina"... Sempre pensei, intimamente, qual seria essa sensação. É como se existisse um cansaço muito grande, em cima dos ombros, e como se ao mesmo tempo existe um vazio no tempo e no espaço. É como se o vazio doesse, e ele dói. Nã

retrocesso.

De todas as aflições que afligem a gente, aquela de não saber se se é possível seguir em frente hoje me parece a pior. Quando se está estagnado e acha que aquilo tudo já passou, já foi embora... Quando achamos que aquela era a hora certa pra se levantar e seguir em frente. Há um baque, ele é maior. Cair com a certeza de que se podia ir, sobretudo, em frente. Quando não podia. Quando doía. Quando podia. Quando poderia. Quando seria.

"I'll do it all everything, on my own I don't need anything, or anyon".

Imagem
Havia aquele buraco e, por ele. me entrava ar. Ao redor de mim tudo permanecia parado, extremamente denso, inflexível. A única maneira de escapar daquela constante falta de ar, daquela pressão que começava a tomar cada pequeno pedaço do corpo era atravessando aquele buraco. E uma certeza: fora dele as coisas seriam melhores. Tinham que ser. Me aproximei, mas pude perceber que, de fato, era um buraco muito pequeno. Eu jamais conseguiria atravessá-lo. Não havia nada em minhas mãos, nenhum instrumento, nenhuma maneira de fazê-lo aumentar... Ao me aproximar pude ver, lá fora, uma constante movimentação ... não sabia exatamente de que, mas era como se as coisas ali pudessem realmente funcionar, enquanto eu permanecia inerte, do lado de dentro - ou de fora, daquele buraco.  Eu queria fazer parte, eu precisava fazer parte. Eu não poderia mais suportar estar ali, não mais agora quando eu havia experimentado uma pequena noção das coisas do outro lado. Eu tinha que atravessar aquele burac