#número 4



Essa coisa assim, de ficar sendo muito entendido, muito culto, muito "gosto de música boa". Essa coisa de querer ficar impressionando, sendo inteligente, sendo capaz de dominar o mundo. Essa coisa, meio que de perder identidade, de se perder. Nunca ser burro, nunca ser menor. Nunca, nunca, nunca. Sempre ter que estar por cima, na frente, em primeiro. Em segundo é pouco, em terceiro é inaceitável.
Isso de deixar o orgulho, esse orgulho, aquele. De deixar ele falar mais alto, bater sem precisar, atacar sem ser atacado. Hostilidade, grosseria, fim de festa e dor no pé, e pensar que está com dor no pé e saber que está com dor no pé e, quando chega alguém e pergunta "quer sentar?" fala "Não. Meus pés não doem, eu não sinto nada. Sei andar de salto desde os 10 anos, sei como é". Sabe de tudo, sabe-tudo.
Dizer uma idéia e quando dizem alguma coisa sobre ela dizer "é, eu já sabia" ou discordar, de tudo, o tempo todo. Pensar "ninguém sabe mais do que eu, ninguém tem tanto conhecimento como eu". Ninguém.

Ninguém...
E pensar, em si "Eu não sou ninguém."

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