do movimento do mundo #3




Todo dia Ofélia pensava em mil coisas que estavam erradas e que ela não falava. Pensava, pensava, pensava. Pensava sem poder fazer nada. Pensava tanto que se consumia pensando e não tinha energia para fazer outras coisas. Ofélia era assim, se entregava. É bom, se entregar. Hoje em dia tem pouco gente no mundo que faça dessa forma, sempre tem um pé atrás, quando não tem os dois. E Ofélia não sabia ser de outra maneira, não queria. Ofélia ofendia, ofende. Ofélia sorria. Ofélia chorava. Ofélia sentia mais que todos e todos os sentimentos, sentia bem. Era sobre isso que ela não podia fazer com as outras pessoas. Ninguém entenderia porque ninguém sabia ser como ela, ninguém via como ela.
Ela tentava, tentava mesmo, falar. Sabia o que precisava ser feito, conhecia do assunto. Mas não conseguia falar, Ofélia não podia. Não podia porque ao pensar ela já havia esgotado, se esgotado. Falar não era preciso, era preciso que as pessoas acompanhassem seus pensamentos, suas idéias.

"Não tem ninguém que possa fazer isso?"

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