Relatos de Mochila 2: alguns detalhes
Bem, demorados alguns meses (atrasados) um relato um pouco
mais específico sobre minha viagem de Janeiro para Argentina/Bolívia.
Essa foi minha segunda vez em Buenos Aires, dessa vez fui
com o André. Ficamos hospedados num hotel que encontramos no booking chamado
Bet Hotel, que fica na rua Saavedra, nº 526. Bom, não era um hotel ruim, apesar
de ser muito mais parecido com um Hostel. Pegamos um quarto individual com
banheiro, mas havia opções de banheiro compartilhado. O bom é que o pessoa que
trampava lá era bem atencioso. Fomos de ônibus do aeroporto até lá – duas horas
de viagem com um ônibus circular normal, maior role – mas pelo menos gastamos
pouco. O hotel ficava meio mal localizado, para ser sincera, então acho que
compensa procurar hotéis e hostels em regiões mais centrais. Como as reservas
do booking eram para ser pagas antes, não tinha como trocar sem sair no
prejuízo.
No dia em que chegamos, como ficou tarde, acabamos apenas
saindo para jantar. Fomos numa pizzaria muito gostosa, parece bem antiga,
chamada Podesta, que fica na Jujuy com Rivadavia. Pedimos uma pizza de 08
pedaços que era enorme!! Também aproveitamos para tomar um vinho chamado San
Huberto. A pizzaria não era cara, mas ficamos sabendo depois que a localização
dela é meio perigosa a noite – apesar de não termos sentido muito isso, nos
disseram que a região que ficamos hospedados é perigosa, então sempre bom
prestar atenção.
No dia seguinte, 03 de janeiro, demos role em toda a Praça
de Maio. Lá é onde fica a Casa Rosada e em volta da praça tem muitos edifícios
históricos e uma Igreja bonita. Não entramos na Rosada, mas parece que rola
visitação gratuita e dizem que vale muito a pena, então recomendo perguntar.
Depois, subimos toda a Rua Florida até o final dela, chegando em outra praça,
também muito bonita. A Florida é uma rua cheia de comércio de todas as coisas
possíveis: sapatos, roupas, acessórios, coisas de couro, lembranças, comida,
casas de câmbio – la conseguimos trocar nosso dinheiro de um jeito bem bom, mas
tem sempre que ficar esperto porque dizem que rola muita grana falsa também. No
final da Florida chegams em outra praça, da qual eu não me recordo o nome.
Depois disso retornamos para perto da Praça de Maio e de lá entramos na Avenida
de Maio, onde fica um café super famoso, o Café Tortoni. Se eu não me engano é
nessa avenida também que fica um bar/restaurante que era frequentado pelo
Cortázar, inclusive tem a suposta mesa e um cigarro dele lá! Nessa avenida tem também
uma feira de artesanato muito legal, ela fica dentro de um prédio, não é feira
de rua, e é organizada por um coletivo de artesãos que se intitulam artesãos da
resistência (FAAL). De lá fomos procurar o famoso obelisco que fica numa
avenida famosa também, perto de um prédio onde tem uma imagem enorme da Evita.
Almoçamos n rua Carlos Pelegrini, perto do obelisco, em um restaurante que saiu
caro e que nem era tão bom (o arroz particularmente era horrível. Aliás, não
recomendo que se peça NUNCA arroz em Buenos Aires, porque eles simplesmente não
sabem fazer arroz, rs).
Depois do almoço fomos para San Telmo e andamos muito por
ali. É legal porque tem muitas intervenções artísticas e políticas, pixações, grafites
e pinturas e também muitos bares e hostels. É um região com mais “agito” e onde
as coisas ficam todas próximas. Lá fomos
em um bar/pub em frente à estátua da Mafalda chamado “El Gol de San Telmo” e
tomamos duas cervejas artesanais argentinas. Bem gostoso. Na rua desse bar tem
várias opções de bares diferentes e imagino que a noite deva ser um lugar bem
agitado. É ali também que de domingo rola uma feirinha de artesanatos e
antiguidades que bomba muito, simplesmente lotada de turistas. Ai é gostoso ir
porque tem muita apresentação de música ao vivo e muitos restaurantes gostosos
para comer. Na rua Peru, que fica ali em
San Telmo (fica na altura da belgrano e é rua de paralelepípedos) tem um bar
dançante que chama Rey Castro - é do Fidel Castro, tem até uma estátua enorme dele.
Parece legal, mas resolvemos não ir por conta da grana, infelizmente. Todo esse
role a gente fez de metrô, foi super tranquilo.
À noite, de volta à região do hotel, fomos num
barzinho/restaurante chamado “Bar de Cao”, na avenida Independencia, 2400. Lá
tem uns chopps artesanais deles mesmo, mas não recomendo porque experimentamos
um e era horrível! Em contrapartida pedimos um prato do tradicional chorizo que
vem com bacon, fritas e ovo e conseguimos dividir em duas pessoas, bem tranquilo (e olha que eu
e o André comemos bastante) e no fim gastamos 180 pesos com bebida, um valor
razoável.
No dia 04 de janeiro, na parte da manhã fomos para La Boca
pegando o ônibus número 168 perto do hotel e descendo no bairro, razoavelmente
perto do estádio do Boca Juniors e do pedaço
mais turístico do bairro, o “El Caminito”. A caminho do caminito passamos por
um restaurante em que parecia muito bom e que tinha umas pinturas na parede do
Che Guevara, Messi, Eva peron e outro,
mas infelizmente não anotamos a referência do lugar. Chegando no Caminito a opção de restaurantes é
enorme, e também tem uns que possuem apresentação de tango, é demais. Eu
aconselho a ir na parte da manhã mesmo e ficar para o almoço, é bem gostoso. Resolvemos
parar em um bar café chamado “Filiberto”. Lá comemos uma empanada muito gostosa
e tomamos um chopp.
Depois disso seguimos novamente para San Telmo, com o ônibus
29, para a famosa feira de domingo que acontece na rua Defiensa. As coisas não
são baratas lá, mas ao mesmo tempo tem coisas lindas, artes maravilhosas e
super diferentes, além da parte de antiguidades. Almoçamos em San Telmo, em um
restaurante chamado “La Resistencia” , onde comemos uma comida bem gostosa: lomo
com um molho diferente e batatas rústicas e ravióli recheado de abóbora! O
preço era meio salgado, mas acho que valeu a pena. De lá seguimos a pé para as 9 de julho, Córdoba, Santa Fé em busca de uma
livraria famosa que fica num prédio histórico que era um teatro, chamada El
Ateneo. Além da livraria lá existe um café onde experimentamos um cheesecake delicioso! No caminho até o Ateneo
passamos por um lugar chamado “Manzana de Las Luces” onde chegamos a entrar,
mas não conhecemos o lugar inteiro. Depois descobrimos ser um museu com varias
passagens subterrâneas e que faz super parte da história de Buenos Aires. Rolam
visitas guiadas e não era caro, e um conhecido do André recomendou que a gente
fizesse o role porque valia a pena, mas infelizmente não deu tempo. De lá da livraria pegamos um ônibus de volta
para o hotel e a noite acabamos comendo um lanche super mequetrefe num lugar
que não tinha portas nem vidros nas janelas, rs, era bem surreal. Era um lanche
meia boca, mas barato.
No dia 05 de janeiro fomos dar um role pela Recoleta. Lá é
onde está localizado um cemitério famoso, onde a Evita foi enterrada. Também
tem uma espécie de shopping que não me recordo se tem nome, mas da pra achar
fácil. Ali naquela região também tem muitos bares e restaurantes e dentro do
shopping tem uma loja de chocolates MARAVILHOSA chamada Mamuska – além dos
chocolates vende uma geleia deliciosa de rosa mosqueta, super recomendo. O
cemitério é enorme e bem bizarro, cheio de construções grandes e monumentais e
pessoas famosas enterradas.
É na recoleta que fica a faculdade de direito, filosofia e ciências
humanas, que estava fechada – exatamente ao lado daquela flor prateada
gigantesca, um monumento que fica dentro de uma espécie de parque. Infelizmente
eu esqueci de anotar o nome das avenidas e rua, mas exatamente nessa avenida do
parque é que estão localizados os museus famosos Malba e o museu de Belas
Artes. No Malba tem umas coleções incríveis, obras da Frida Kahlo e da Tarsila
do Amaral, então SUPER vale a pena, mas tentem olhar direitinho na internet os
dias de funcionamento e os valores. Se eu não me engano o Malba é pago e o de
Belas Artes não, mas eles tem dias específicos de funcionamento então tem que
se atentar a isso – acho que ambos valem a pena.
De lá acabamos indo para pertinho de Palermo e caímos numa
rua super simpática com muitos cafés e com uma praça chamada Rayuela (“Plaza
del Lector”) onde tem uma estátua em homenagem aos Perons e uma amarelinha no
chão (em homenagem ao Cortázar) e que fica ao lado da Biblioteca Nacional (Rua
Aguero, nº 2502).
No dia 06 de janeiro na parte da tarde fomos até Palermo,
outra região, também de ônibus. Lá descemos na frente à praça Itália. Fomos ao
Jardim Botânico de Palermo, que é bonitinho,
mas sinceramente não tem nada de mais, então se o tempo estiver curto não
recomendo. Andamos pela avenida Santa Fé e entramos em uma paralela dela,
viramos novamente e entramos em um café bar chamado “Cafeto”, que fica na
esquina das ruas Guemes com Gurruchaga. La a medialuna era barata - eu pedi uma
com presunto cru que custou 22 pesos e a quilmes de 650 ml custava 34 pesos.
Achamos o lugar muito
bom e barato. Também há muitos restaurantes e bares em Palermo, mas talvez por
ser começo de semana e também período da tarde a região estava vazia. Dizem que
é uma boa região para se ficar e se alimentar, que é mais barata.
Num geral os preços em Buenos Aires são parecidos com o
Brasil quando se trata de comer fora em restaurantes (talvez em alguns lugares
até um pouco mais barato). Percebemos que fast food é uma coisa que não
compensa comer lá, porque é um pouco mais caro que aqui. Também é muito barato
comprar bebidas em supermercados e vendinhas (tem muitas vendinhas lá,
principalmente de frutas. Os vinhos são particularmente baratos nos mercados
lá, e mesmo em restaurantes. Não da para não comer a medialuna, que tem vários
tipos e é simplesmente maravilhosa.
Buenos Aires é uma cidade linda. Cheia de monumentos
históricos, praças bem frequentadas e muita cultura, muita arte. A gente não
aproveitou muito a vida noturna de lá, do tipo baladas e essas coisas. O
conhecido do André que mora lá disse que é muito comum que os jovens fiquem nas
praças, a noite, nos finais de semana, bebendo e conversando – lá em Palermo e
acabou não recomendando bares ou baladas pra gente ir, apesar de ser possível perceber
que não existe essa cultura de boteco que existe aqui no Brasil. Da primeira
vez que eu fui, com minha mãe e minha tia, nós fomos ver um show de tango no
Café Tortoni. Foi bem legal, mas não achei que valeu o preço que pagamos –
talvez pelo Tortoni ser um lugar famoso e caro – então eu não recomendo. Eu
acho muito legal assistir o show de tango, mas recomendo que seja em La Boca ou
em San Telmo, lugares mais tradicionais. Da primeira vez eu também conheci um
lugar chamado Puerto Madero, onde ficam vários restaurantes extremamente caros.
Não tem nada de mais, da pra ir conhecer, mas não da pra comer lá – é bem bem
bem caro. Os táxis lá são baratos, e acho que devem ser utilizados
principalmente a noite, mas de dia é tranquilo andar de ônibus e metrô – quando
você entra no ônibus tem que dizer ao motorista para onde está indo e num geral
eles são de boa para dar informações também. Eu super recomendo os roles a pé.
Cansam mais, mas valem a pena porque a gente acaba vendo a cidade com outros
olhos.
Quando fui com minha família acabei não vendo e vivendo a cidade em
vários aspectos e dessa vez pude aproveitar muito mais além de gastar menos
porque o transporte público é bem barato (tem que comprar um cartão tipo
bilhete único, mas é super fácil de recarregar porque tem lojinhas que
recarregam em TODOS os lugares, é incrível!).
Saímos do hotel em Buenos Aires de madrugada e começamos
outra etapa bem longa da viagem. Assim,
horas depois de deixarmos a Argentina (fomos de Lan) e duas conexões no Chile,
chegamos ao aeroporto mais alto do mundo, na cidade de El Alto. De lá, tomamos
um táxi para La Paz até nosso Hostel por 60 bolivianos. O taxista, sujeito
muito agradável, contou algumas curiosidades sobre a cidade El Alto e parou
para tirarmos foto de uma vista incrível lá de La Paz (que ficava abaixo de El
Alto). Fazia frio e chovia e por alguma falha de neurônios, nem eu nem o André
nos tocamos de levar roupas de frio (afinal de contas em Buenos Aires estava
SUPER calor) nem lembramos que essa região da Bolívia é normalmente fria. É o
famoso: vacilamos. Uma vez em La Paz a primeira constatação que fizemos de
dentro do táxi foi: o trânsito é caótico. Os carros são velhos e todos cheios
de adereços/coloridos. Nosso Hostel chamava Copacabana, era bem localizado até,
mas não recomendo também pelo preço. Acabamos cometendo o mesmo erro da reserva
pelo site e fomos taxados em várias porcentagens quando pagamos a conta,
desnecessário. Uma vez lá, tivemos que sair para procurar roupas de frio pela
Rua Illampu, porém nenhum lugar aceitava cartão (grande dificuldade na Bolívia,
diga-se de passagem) e tivemos que deixar para o dia seguinte, quando
trocaríamos o dinheiro. À noite, fomos
em um restaurante em frente ao hostel que chama “Snack bolivian coffee” e é
junto a uma pizzaria chamada “Mozarela”. Lá tomamos uma sopa de cogumelos e
comemos um super lanche por um valor bem baixo. Eram dois restaurantes que
valiam muito a pena, em relação ao custo benefício. Não passamos mal. Dormimos
sem banho, fedidos e cansados!
No dia 08 de janeiro fomos finalmente dar um role pela
cidade para trocar nossa grana e depois fomos comprar as roupas de frio. É uma
cidade muito caótica, cheia de pedestres andando rápido, vendedores gritando,
MUITAS barracas de várias coisas nas ruas. Acabamos comprando roupa de frio “típica”:
casacos, luvas e gorros de lã em uma lojinha perto da rua do hostel – onde negociamos
um bom preço. Também andamos a pé até o
banco do Brasil (passamos pelo centro onde estava rolando uma manifestação de
trabalhadores da indústria têxtil) e tomamos chuva (tivemos que comprar capas
de chuva podreiras). Só fomos a pé até o banco porque nenhum taxista quis levar
a gente já que estava rolando a manifestação. No caminho pro banco vimos uma
sutil mudança de paisagem (áreas mais ricas) onde estavam concentrados diversos
órgãos públicos (e muitos policiais e militares). Passamos pelo ministério da
educação onde tinha uma faixa com as fotos dos 43 desaparecidos de Ayotzinapa.
Passamos também pela embaixada brasileira (um puta prédio chique), alemã (uma casinha qualquer coisa) e a
paraguaia (uma casinha também). Voltamos de táxi até perto do hostel, também por
causa do congestionamento. À noite fomos comer no mesmo restaurante e antes
disso compramos umas bananas secas fritas de uma senhora na rua. Comemos um
caldo cada um (de espinafre e tomate) ie também pedimos a famosa "salchipapas":
salsichas (que parecem linguiças) com batata frita. Comemos bem, mas acordamos
passando mal de madrugada (suspeito das bananas).
No dia 09 acordamos passando mal com diarreia e vômito, uma
pena já que íamos ao fazer um passeio e tivemos que reagendar (pagando 100
bolivianos a mais). Por isso, quando melhoramos um pouco acabamos ficando por
perto do hotel - almoçamos no Burger King (não tem Mcdonalds lá, só um Burger
King e um Subway) e fomos ao Mirador Killi Killi de táxi - esse lugar é um
ponto alto de onde dá pra ver toda a cidade! Fomos também na praça Morillo onde
fica o congresso (que estava de recesso), vários prédios oficiais e do exército
e também uma galera na praça que fica
tirando fotos alimentando pombas (vimos uma pomba sem um pedaço da cabeça!).
Depois, voltamos ao hotel e fomos ao “Mercado de las Brujas” - que é na rua
mesmo, um monte de barraquinha e lojinhas - onde tem muitas coisas legais e
esquisitas: ervas, amuletos, símbolos aimara, fetos de lhama secos para trazer
proteção para a casa, incensos e essências, coisas de prata (lindas de morrer),
roupas de frio e típicas, souvenirs, enfim, um lugar muito legal que ficava
próximo ao nosso hotel. De volta, fomos
comer uma pizza no restaurante em frente ao hotel. A pizza média vinha com 6
pedaços e era só 35 bolivianos (e era muito gostosa).
No dia finalmente fizemos o passeio. Fomos ao Chacaltaya – o
lugar mais alto que da pra chegar de carro/a pé e depois ao Valle de La Luna.
Conhecemos muitos brasileiros no ônibus do passeio e alguns bolivianos (que
ensinaram a gente a mascar coca). A vista do caminho para o chacaltaya é muito
bonita e estava muito frio. Lá em cima era só neve e chuva e eu desisti de subir
até o topo máximo (o André subiu e quase morreu, rs) Lá no alto onde chegamos
de carro já fazia bastante frio e nevava muito também. Na volta eu passei muito
mal de dor de cabeça e enjoo e a ida ao Valle foi super cansativa. Ele fica na
zona sul de La Paz, quase outra cidade como disse o próprio guia, onde moram as
pessoas ricas e é bem visível a diferença estrutural. Ficamos por volta de 1h
no valle, foi muuuuito cansativo. Voltamos ao hotel e depois fomos conhecer o
bar de um hostel chamado Loki (conhecemos uns brasileiros que estavam
hospedados lá e que nos convidaram). Comemos um macarrão com almôndegas muito
gostoso e não tão caro. Como estava chovendo muito fomos e voltamos de
táxi.
No dia 11 resolvemos fazer o passeio até Copacabana. A ideia
era que de lá pegássemos a balsa (mais duas horas de viagem) até a chamada Isla
Del Sol, onde passaríamos a noite. Chegamos à Copacabana depois de 4 horas de
viagem de ônibus, saindo de La Paz (nesse dia o ônibus nos buscou no hostel) e
passamos por paisagens muito bonitas e por cidadezinhas (não sei se são cidades
mesmo) muito precárias. As “cholas” (mulheres bolivianas que usam trajes
típicos) estão em todos os lugares, as crianças também. No meio do caminho precisamos atravessar o
lago de barco, inclusive o ônibus, onde tivemos que pagar um valor bastante
irrisório. Paramos A estrada era tipo a serra do mar, só que pela serra do
Titicaca. Lindo de morrer.
Copacabana é uma cidade meio precária também, com a famosa
muvuca boliviana, com os ônibus de turistas e as vans de viagem. Descobrimos
que a maioria dos hostels de Copacabana e da isla del sol não aceitava cartão e
também os restaurantes e lojas só aceitam "efectivo”, o que nos foi um
problema gigantesco, já que estávamos com a grana SUPER apertada. Fizemos a
conta e descobrimos que sem conseguir passar cartão nosso plano de ir até a
Isla iria por água a baixa e teríamos que abandonar Copacabana um dia antes do
imaginado. Para ajudar a rede de cartão estava fora de serviço, então nos
poucos lugares em que aceitavam cartões também não era possível usá-los.
Em Copacabana almoçamos num restaurante todo bonitinho e que
era 30 bolivianos o "menu": uma sopa e um prato. A sopa de quinoa era
bem gostosa, mas o prato deixou a desejar: arroz, fritas, frango e salada -
tudo em quantidade mínima. Ficamos num hostel horrivel por 120 bolivianos (que
de positivo tem a localização e o banho super quente) que só escolhemos porque
supostamente tinha internet (mas que não conseguimos conectar nenhuma vez). O
cheiro do quarto era horrível, insuportável (não consigo nem descrever)e nossos vizinhos eram super
barulhentos (a sorte é que dormimos cedo e de manhã não tínhamos sono). No fim
da tarde fomos num bar-restaurante que ficava em frente ao lago (e que tinha a
parte de cima Pras pessoas sentarem) e sentamos em umas cadeiras pra tomar uma
paceña litro (35 bolivianos). Era um lugar bem agradável apesar do frio e que
tinha umas musicas muito firmeza, e uns hippies tocando também. Só que começou
a se aproximar uma tempestade tensa e resolvemos ir embora. À noite fomos em um
pub restaurante chamado “km-zero”, também na rua do nosso hostel. Assistimos ao
show de uma dupla de música folclórica Argentina e boliviana, eles mandavam
muito bem, apesar do lugar estar bem vazio. La comemos um lanche delicioso com
umas batatas fritas rústicas. Muito bom!!!
No dia 12 fizemos check-out as 10:00 no hostel e fomos tomar café da manhã num restaurante chamado “Wiñaya”.
Gastamos um pouco acima do que eu acho que era necessário, mas comemos bem. A
rede de internet foi a única que funcionou bem em Copacabana. Depois, conhecemos
a igreja de Copacabana, famosa pela peregrinação que acontece em fevereiro dos
bolivianos para lá. Foi onde vi uma das cenas mais bonitas e cheia de ternura
da minha vida: um menino bem simples de uns 8-10 anos com um cachorro andando.
O menino resolveu se esconder atrás de um pilar da igreja pra brincar com o
cachorro, que continuou a andar sem perceber o movimento. Achei que o cachorro
não ia voltar, olhei pro menino que estava sorrindo e sorri de volta e eis que
o cachorro se deu conta da ausência do menino e voltou para procurá-lo! Foi
lindo!
Nosso ônibus voltou cheio. E La Paz estava fria e chuvosa
para variar. Como não havíamos conseguido vaga no hostel que queríamos, tivemos
que pegar um hotel mesmo, chamado Sagarnaga (que acabou custando a mesma coisa
que o hostel Copacabana). O quarto era bom e o banheiro também, e o café da
manhã era bem gostoso. Saimos para dar uma volta pela cidade, pelo mercado das
bruxas e depois voltamos ao hotel. No
dia seguinte acabamos indo ao hostel que ficaríamos, o Loki, onde também pegamos
uma suíte privada. Depois disso resolvemos fechar o passeio de um dia até Uyuni
com uma agência de viagens (penso que se tivessemos nos programado melhor,
rolaria o passeio de três dias, que vale MUITO a pena).
No dia 14 fizemos check-out no Loki hostel e ficamos
esperando até o horário do ônibus para Uyuni sair (tivemos que pegar o ônibus
na rodoviária e fomos até lá a pé). Conhecemos uma mexicana chamada Brisa, uma
menina muito legal que estava viajando sozinha. Fomos juntos para o terminal de
ônibus porque ela também ia pra Uyuni e
depois seguiria para o Chile. A viagem foi bem cansativa, o ônibus era pior que
esperávamos e o banheiro da estrada era bem complicado (o do ônibus nem cheguei
perto porque o André disse que era muito nojento). Em Uyuni não fazia muito
frio. Chegamos e tomamos café da manhã - a cidade tem muita cara de interior e
a estada pra lá é muito rudimentar (de terra). Esperando na agência conhecemos
uma menina do Espírito Santo, uma brasileira chamada Nani que estava viajando
sozinha e já tinha ido ao Peru e agora seguiria dos 3 dias de Uyuni para o
Chile.
Nosso tour de 1 dia começou às 10:30 e fomos com mais duas
meninas coreanas e três argentinos. Foi muito divertido, eles eram legais
e rimos bastante. Vimos o cemitério de
trem e a cidade que faz artesanato de sal e constrói as casas com o sal e
também o refina para as mais diversas finalidades. Pegamos uma chuva nessa
cidade, experimentamos uma cerveja bem gostosa chamada potosina e seguimos ao
salar quando parou de chover (embora ele estivesse parcialmente alagado). São
12 mil km quadrados de salar. O maior do mundo. Fomos ao hotel de sal que hoje
não funciona mais como hotel, embora viva uma família lá que vende comidas,
bebidas e artesanato inflacionados. O lugar é extremamente quente - faz muito
sol, todo horizonte só tem planície de sal. Por fim fomos para a última parte
do salar que tinha uma fina camada de água nela inteira, tivemos que tirar os
sapatos para ir - a água formava um espelho então parecia que era um lugar
infinito (um céu infinito), um lugar simplesmente maravilhoso (apesar de não crescer
uma alma viva por causa do sal - minha lente ficou tão ressecada que
endureceu!). Voltamos para a cidade de Uyuni e fomos jantar em uma pizzaria
junto com os argentinos.
Por fim ao voltarmos para La Paz fizemos mais uma vez check
in no Loki e acabamos ficando no bar do hostel (no último andar) na última
noite.