Experiências
Eu pensava que ia demorar um tempão até começar a dar aula. É que era uma coisa que eu sempre quis, sempre mesmo. Sabe aquelas vontades de pequenininha? Bem assim mesmo, mas ainda falta(va) muito pra me formar em licenciatura, essas coisas de formalismos.
E ai surgiu a oportunidade de dar aula num cursinho popular. Embora não fosse aula nem de história (matéria que eu me dava super bem no colégio) e nem de sociologia (matéria que eu pretendo dar)eu achei que poderia assumir a "responsa" e topei o desafio.
Bom, nem preciso pensar pra dizer o quanto eu estava nervosa e com medo e assustada e com um tijolo de 15 kg no estômago quando precisei entrar na primeira sala. Todos, TODOS os alunos da sala sentados e olhando pra mim com cara de curiosos e, imagino, captando toda a minha tensão ao entrar na sala. Foi assustador.
Claro que minha mão começou a suar e eu pensava "AI, O QUE EU FAÇO AGORA?" e claro que eu gaguejei um montão de vezes durante a aula.
Quando eu me apresentei pensei em dizer coisas do tipo "essa é a primeira vez que eu dou aula" mas, salva por uma voz interior, resolvi omitir essa parte começando com um "eu sou a nova professora de literatura, me chamo Julia e faço ciências sociais".
Também não posso dizer que o resto da aula fluiu naturalmente. Eu enrosquei várias vezes, parei, suspirei, pensei e voltei a falar - tudo isso várias vezes. Mas eu passei por esse teste, sem grandes escorregões, imagino.
Pelo resto do dia eu ainda tive mais duas turmas pra entrar, me apresentar, começar tudo de novo... Cada sala que eu entrei foi a mesma sensação que me envolveu: medo, MUITO medo. Principalmente quando algum aluno questiona você "Você vai ser sempre a nossa professora?" fazendo com que você se sinta desafiado. Lógico que demorei um tempo pra entender essas "propostas" de desafio, e claro que eu ainda estou tomando no c* algumas vezes, mas é visível entender que existe esse tipo de "disputa" de espaço numa sala de aula - principalmente quando se trata de um cursinho ou ensino médio.
O reconfortante é que quando voltei na semana seguinte, já estava me sentindo MUITO mais "da casa". Algumas pessoas me tinham dito que a sensação ainda permanecia por um tempo, mas eu não achei. Não nego, várias vezes, até hoje na verdade, eu me enrosco durante algumas explicações. Aquela história de você pensar num jeito de explicar, mas pensar que na verdade outro jeito vai ser máis fácil e ai você se embanana um pouco... Isso normalmente faz com que eu repita algumas palavras ou uma idéia no fim de uma frase, mas tirando isso acho que da pra eles entenderem o que eu pretendo explicar.
E, quando alguém faz aquela perguntinha que você não faz nem idéia, a melhor coisa é falar "não sei. Vou procurar saber e depois te falo" o que com certeza faz com que você ganhe a confiança deles, já que não demonstra que você é um professor-sabe-tudo que se propõe a responder TUDO (mesmo aquilo que você não sabe) pra manter a pose de FODÃO e no fim das contas se enrola mais do que novelo de lã em posse de um gato, entendeu?
Bom, o que eu pretendo com esses relatos é contar meus "desafios" sobre dar aula. E juro, já tenho um montão deles pra listar!
:)
E ai surgiu a oportunidade de dar aula num cursinho popular. Embora não fosse aula nem de história (matéria que eu me dava super bem no colégio) e nem de sociologia (matéria que eu pretendo dar)eu achei que poderia assumir a "responsa" e topei o desafio.
Bom, nem preciso pensar pra dizer o quanto eu estava nervosa e com medo e assustada e com um tijolo de 15 kg no estômago quando precisei entrar na primeira sala. Todos, TODOS os alunos da sala sentados e olhando pra mim com cara de curiosos e, imagino, captando toda a minha tensão ao entrar na sala. Foi assustador.
Claro que minha mão começou a suar e eu pensava "AI, O QUE EU FAÇO AGORA?" e claro que eu gaguejei um montão de vezes durante a aula.
Quando eu me apresentei pensei em dizer coisas do tipo "essa é a primeira vez que eu dou aula" mas, salva por uma voz interior, resolvi omitir essa parte começando com um "eu sou a nova professora de literatura, me chamo Julia e faço ciências sociais".
Também não posso dizer que o resto da aula fluiu naturalmente. Eu enrosquei várias vezes, parei, suspirei, pensei e voltei a falar - tudo isso várias vezes. Mas eu passei por esse teste, sem grandes escorregões, imagino.
Pelo resto do dia eu ainda tive mais duas turmas pra entrar, me apresentar, começar tudo de novo... Cada sala que eu entrei foi a mesma sensação que me envolveu: medo, MUITO medo. Principalmente quando algum aluno questiona você "Você vai ser sempre a nossa professora?" fazendo com que você se sinta desafiado. Lógico que demorei um tempo pra entender essas "propostas" de desafio, e claro que eu ainda estou tomando no c* algumas vezes, mas é visível entender que existe esse tipo de "disputa" de espaço numa sala de aula - principalmente quando se trata de um cursinho ou ensino médio.
O reconfortante é que quando voltei na semana seguinte, já estava me sentindo MUITO mais "da casa". Algumas pessoas me tinham dito que a sensação ainda permanecia por um tempo, mas eu não achei. Não nego, várias vezes, até hoje na verdade, eu me enrosco durante algumas explicações. Aquela história de você pensar num jeito de explicar, mas pensar que na verdade outro jeito vai ser máis fácil e ai você se embanana um pouco... Isso normalmente faz com que eu repita algumas palavras ou uma idéia no fim de uma frase, mas tirando isso acho que da pra eles entenderem o que eu pretendo explicar.
E, quando alguém faz aquela perguntinha que você não faz nem idéia, a melhor coisa é falar "não sei. Vou procurar saber e depois te falo" o que com certeza faz com que você ganhe a confiança deles, já que não demonstra que você é um professor-sabe-tudo que se propõe a responder TUDO (mesmo aquilo que você não sabe) pra manter a pose de FODÃO e no fim das contas se enrola mais do que novelo de lã em posse de um gato, entendeu?
Bom, o que eu pretendo com esses relatos é contar meus "desafios" sobre dar aula. E juro, já tenho um montão deles pra listar!
:)