Os Indivíduos em Formação na nossa Sociedade
Que juventude é essa?
Ontem participei de uma mesa que discutia "os dilemas da realidade brasileira". Saí de lá depois de 3 horas de argumentações e exposições e, apesar de cansada, com os ânimos um pouco mais animados.
Ao entrar no facebook me deparei com um comentário que me deixou bastante irritada: "Flanelinha é LADRÃO! Um absurdo A Liga defender um cara desses! Que raivaa!".
Bom, eu li e pensei: Só pode ser zueira. Fui lá e comentei:
"Meu, que comentário absurdo", tentando introduzir uma discussão, que sim seria polêmica e isso estava anunciado na própria frase da menina. Ai que ela me responde:
"Cobrar dinheiro de quem estaciona o carro em via pública é extorsão! Tem que ter pena é de quem trabalha e tem que pagar as contas tanto quanto ele e tem que pagar caro em estacionamentos pra não contribuir com um absurdo desses e pra ter o carro realmente seguro. Porque sequer eles cuidam dos carros. Não existe desculpa pra um crime".
E, como se não bastasse, sua amiga veio em sua defesa, escrevendo que isso é crime sim e que é muito fácil vir com esses discursinhos prontos (...) (não lembro o resto e vocês já vão entender porque).
Eu respondi, naturalmente:
"Primeiro, não acredito na prática de "discursinho pronto", portanto não é nem de longe o que eu vim fazer quando comentei o quão absurdo foi pra mim ler um comentário desses, até porque estou longe de achar A Liga um programa que me contemple na construção dos meus "discursos". Segundo, defina por favor socialmente bem visto. Eu não acredito que flanelinhas sejam socialmente bem vistos, vide a própria reação de vocês. Terceiro, não adianta sair por ai taxando todo e qualquer flanelinha de ladrão, de criminoso, de bandido e o caralho a quatro, eu não sei se vocês entendem, mas existe uma construção social por detrás disso muito grande e mais ampla do que simplesmente esse direito burguesinho de ir e vir com meu carro pra onde quiser.
Pqp, não é possível que estudantes saiam por ai bradando a plenos pulmões o que é ou não é crime sem ter o minimo de consciência em relação a isso ou procurar ter. É realmente a solução? Não, não acho que seja. Se for assim, então porque não conseguimos enxergar o quão criminoso é roubar a força de trabalho de um trabalhador pagando como salário uma miséria que mal da pra sustentá-lo? E a corrupção? Não é crime? O quanto uma extrema minoria rouba de milhões de brasileiros todos os dias e a juventude não consegue nem se organizar minimamente pra dar um basta nisso" (enfim, comentei algo assim).
Eis que, aguardando as respostas que eu pudesse receber, percebi que a menina em questão me DELETOU dos amigos dela, o que me impossibilitava não só de ver os comentários posteriores, como também de responder. É claro que fiquei revoltada. Duas amigas minhas em comum com ela me passaram o que mais foi dito para/sobre mim naquela conversa:
Dona do Post: "O mais incrível é que ninguém aqui está discordando de você! Você está falando com uma radialista e uma advogada, não somos mais estudantes. Acredite a gente aprendeu tudo isso assim como você! Insisto que antes de sair por aí querendo dar lição de moral você pare e reflita. Você não é mais inteligente que ninguém. Boa noite".
Amiga em defesa: "Querida, antes de conversar sobre o QUE É CRIME OU NÃO se fique 5 anos numa faculdade de direito estudando todos os significados de uma lei e aí quem sabe a gte possa conversar".
pessoa 1: "HAHAHAHA não mereço ler isso né? Tenho sim MUITO DIREITO de parar meu carro sem ter que sofrer ameaças de ninguém, sem precisar ver meu carro riscado, mijado ou qualquer coisa por um cara que se julga 'dono da rua'. Trabalhadores honestos não costumam ameaçar seus clientes. O bom senso mandou beijos.
ps 1: ela não 'bradou a plenos pulmões', só comentou no próprio facebook
ps 2: ela SEM DÚVIDAS não 'argumenta todos os dias' o quanto flanelinhas são ladrões também, assim como não faz com políticos ou qualquer tipo de gente".
Pessoa 2: "também mandou beijos. hahahahahahaha".
Pessoa 3 (esse é um dos meus preferidos!): "Vai dormir minha filha!!! A gente sabe muito bem de onde saiu esse seu discursinho e com a gente nao rola!!!".
Pessoa 4: "Afeee... Ainda não consigo acreditar que existem pessoas assim, que acham que esses bostas de flanelinhas estão trabalhando".
Pessoa 5 (meu segundo preferido): "acho que o pai de alguem eh flanelinha".
Pessoa 1: "Tutu, sempre com os melhores comentários HAHAHAHAHAHAHAHAH".
Bom, é muita coisa e não sei bem por onde começar. Talvez pelo absurdo que foi ter sido excluída (não falo isso por questões pessoais porque só vi essa menina uma vez na minha vida inteira e não tinha nenhuma ligação afetiva com ela) mas falo porque, ao iniciar uma discussão dessas eu tinha perfeita noção do que ia argumentar. Ter sido deletada me impossibilitou tanto de contra-argumentar quanto de ME DEFENDER de ataques mais pessoais. Acabei virando motivo de chacota - e não é meu ego que fica machucado e ofendido nesse caso. Na verdade, senti um pouco de pena.
Pra começar, como coloquei no meu próprio texto, não acredito que A Liga seja um programa bom - no sentido de que considero o programa sensacionalista, com o simples caráter de denúncia e, pra finalizar com chave de ouro, conta com a presença de uma das pessoas mais deprimentes do planeta: Rafinha Bastos.
Segundo, eu não considero que seja dahora não poder estacionar o carro numa via pública, num espaço público se não pagar, mas como tentei argumentar, daí fazer uma análise de que FLANELINHA É LADRÃO! já é um pouco demais. Não gosto de generalizações, acho extremamente perigoso, e querer discutir a questão de se ter liberdade em estacionar o carro numa via pública pra mim envolve MUITO mais do que culpar "flanelinhas" por cobrarem das pessoas. Realmente, eles não tem esse direito. Tampouco tem direito de cobrar, aquelas empresas normamente chamadas xxxpark e normalmente ligadas aos próprios bares. E isso ai, não é crime?
Depois, o que eu realmente vim falar aqui no blog não é dar continuidade a essa discussão. O que me deixou irritada ontem e um pouco irritada hoje foi ver a extrema INCAPACIDADE de discussão das pessoas atualmente. A menina simplesmente me deletou, me excluiu da discussão que EU mesma criei. Além disso, pude ter acesso aos comentários, que me deixaram EXTREMAMENTE revoltada - mas não porque me senti ofendida, mas pela falta de habilidade de se discutir. Primeiro, foi jogado na minha cara que eu NÃO PASSEI CINCO ANOS ESTUDANDO DIREITO e portanto não sei dizer o que é crime ou não, logo, não estou apta para conversar sobre esse assunto. Bom, ok, realmente não sei classificar todos os tipos de crime que as pessoas cometem, mas será que era essa mesmo a discussão? E, se fosse, não existia uma maneira de me EXPLICAR ENTÃO, tudo que foi acumulado nos seus ORGULHOSOS CINCO ANOS DE FACULDADE DE DIREITO? ok.
O comentário posterior inicia-se na SEMPRE presente lógica burguesa: Eu tenho direito de IR E VIR LIVREMENTE COM O MEU CARRO e nenhum indivíduo pobre pode danificar minha propriedade. Depois, trabalhadores honestos? Sério? O que é isso? ok.
O comentário da pessoa 3 é meu preferido. Ele me mandou ir dormir, porque né, se eu estou querendo discutir alguma coisa é porque eu nao tenho nada pra fazer e é melhor ir dormir do que discutir. A SEGUNDA PARTE É A CEREJA DO BOLO: Ele sabe muito bem de onde vem meu discursinho e isso não funciona com o tipo de gente que eles são. Acho que isso esclareceu muito bem que é uma das pessoas que tem mais esclarecimento do que rolou ali: Uma pessoa de esquerda argumentando com pessoas de direita - inclusive ele mesmo. Parabéns, esse aí é um cara de direita bem resolvido, fico feliz.
E pra fechar com chave de ouro (porque vou ignorar o comentário da pessoa 4) A CEREJA GIGANTE DO BOLO: Me "ofenderam" dizendo que meu pai é flanelinha. Bom, o comentário tá ali em cima, ele é o que ele é, nao tem o que dizer.
O que me deixa mais assustada - ou não - é que todas as pessoas que comentaram são amigas da menina em questão (of course) são de faculdades particulares EXTREMAMENTE CARAS (que por mais que sejam fáceis de entrar, não são fáceis de terminar porque possuem custos ABSURDOS, só se mantem lá quem tem MUITO dinheiro) (Não estou entrando em mérito de publico/privado nem nada disso, portanto não torrem. Só fiz uma constatação de que houve ali uma defesa "grupal", inclusive isso se expressa no próprio argumento do cara que disse "Com a gente isso não rola").
Os argumentos são centrados em cima das mesmas coisas: direitos, liberdade, propriedade, mérito - a menina que estudou direito por cinco anos - e, porque não, preconceito de classe. Ao dizer que meu pai era flanelinha, era ÓBVIO que a pessoa estava procurando me ofender e imagino que ela só tenha pensado nisso porque pra ela é inaceitável que existam flanelinhas no mundo, inaceitável que existam pobres, inaceitável que os flanelinhas tenham FILHOS.
Em um determinado momento a menina do post diz que é radialista, não é estudante. Bom, as duas são formadas, possuem diploma, concluiram essa etapa da vida delas e agora vão adentrar o mundo do trabalho. Parabéns, meninas. Eu fico pensando QUE PESSOAS (e não que profissionais, porque não é onde eu quero chegar) as faculdades estão formando hoje. E, aliás, queria finalizar o meu posto com isso.
Que tipo de indivíduos estão sendo fabricados por essa lógica nojenta do capital? Que tipo de pessoas, que tipo de gente, que tipo de sociedade? Eu me pergunto isso porque, bom, uma radialista que não consegue ter capacidade de argumentação ALÉM, obviamente, de reproduzir o que pra mim já é por si só preocupante, toda essa lógica capitalista, e uma advogada? juiza? enfim, uma menina formada em direito que para conversar com alguém sobre alguma coisa precisa que a outra pessoa tenha ESTUDADO PELO MENOS CINCO ANOS pra depois falar com ela.
Em tempo, espero nunca precisar de um advogado na vida. (Sem generalizações, galera) :P
Ontem participei de uma mesa que discutia "os dilemas da realidade brasileira". Saí de lá depois de 3 horas de argumentações e exposições e, apesar de cansada, com os ânimos um pouco mais animados.
Ao entrar no facebook me deparei com um comentário que me deixou bastante irritada: "Flanelinha é LADRÃO! Um absurdo A Liga defender um cara desses! Que raivaa!".
Bom, eu li e pensei: Só pode ser zueira. Fui lá e comentei:
"Meu, que comentário absurdo", tentando introduzir uma discussão, que sim seria polêmica e isso estava anunciado na própria frase da menina. Ai que ela me responde:
"Cobrar dinheiro de quem estaciona o carro em via pública é extorsão! Tem que ter pena é de quem trabalha e tem que pagar as contas tanto quanto ele e tem que pagar caro em estacionamentos pra não contribuir com um absurdo desses e pra ter o carro realmente seguro. Porque sequer eles cuidam dos carros. Não existe desculpa pra um crime".
E, como se não bastasse, sua amiga veio em sua defesa, escrevendo que isso é crime sim e que é muito fácil vir com esses discursinhos prontos (...) (não lembro o resto e vocês já vão entender porque).
Eu respondi, naturalmente:
"Primeiro, não acredito na prática de "discursinho pronto", portanto não é nem de longe o que eu vim fazer quando comentei o quão absurdo foi pra mim ler um comentário desses, até porque estou longe de achar A Liga um programa que me contemple na construção dos meus "discursos". Segundo, defina por favor socialmente bem visto. Eu não acredito que flanelinhas sejam socialmente bem vistos, vide a própria reação de vocês. Terceiro, não adianta sair por ai taxando todo e qualquer flanelinha de ladrão, de criminoso, de bandido e o caralho a quatro, eu não sei se vocês entendem, mas existe uma construção social por detrás disso muito grande e mais ampla do que simplesmente esse direito burguesinho de ir e vir com meu carro pra onde quiser.
Pqp, não é possível que estudantes saiam por ai bradando a plenos pulmões o que é ou não é crime sem ter o minimo de consciência em relação a isso ou procurar ter. É realmente a solução? Não, não acho que seja. Se for assim, então porque não conseguimos enxergar o quão criminoso é roubar a força de trabalho de um trabalhador pagando como salário uma miséria que mal da pra sustentá-lo? E a corrupção? Não é crime? O quanto uma extrema minoria rouba de milhões de brasileiros todos os dias e a juventude não consegue nem se organizar minimamente pra dar um basta nisso" (enfim, comentei algo assim).
Eis que, aguardando as respostas que eu pudesse receber, percebi que a menina em questão me DELETOU dos amigos dela, o que me impossibilitava não só de ver os comentários posteriores, como também de responder. É claro que fiquei revoltada. Duas amigas minhas em comum com ela me passaram o que mais foi dito para/sobre mim naquela conversa:
Dona do Post: "O mais incrível é que ninguém aqui está discordando de você! Você está falando com uma radialista e uma advogada, não somos mais estudantes. Acredite a gente aprendeu tudo isso assim como você! Insisto que antes de sair por aí querendo dar lição de moral você pare e reflita. Você não é mais inteligente que ninguém. Boa noite".
Amiga em defesa: "Querida, antes de conversar sobre o QUE É CRIME OU NÃO se fique 5 anos numa faculdade de direito estudando todos os significados de uma lei e aí quem sabe a gte possa conversar".
pessoa 1: "HAHAHAHA não mereço ler isso né? Tenho sim MUITO DIREITO de parar meu carro sem ter que sofrer ameaças de ninguém, sem precisar ver meu carro riscado, mijado ou qualquer coisa por um cara que se julga 'dono da rua'. Trabalhadores honestos não costumam ameaçar seus clientes. O bom senso mandou beijos.
ps 1: ela não 'bradou a plenos pulmões', só comentou no próprio facebook
ps 2: ela SEM DÚVIDAS não 'argumenta todos os dias' o quanto flanelinhas são ladrões também, assim como não faz com políticos ou qualquer tipo de gente".
Pessoa 2: "também mandou beijos. hahahahahahaha".
Pessoa 3 (esse é um dos meus preferidos!): "Vai dormir minha filha!!! A gente sabe muito bem de onde saiu esse seu discursinho e com a gente nao rola!!!".
Pessoa 4: "Afeee... Ainda não consigo acreditar que existem pessoas assim, que acham que esses bostas de flanelinhas estão trabalhando".
Pessoa 5 (meu segundo preferido): "acho que o pai de alguem eh flanelinha".
Pessoa 1: "Tutu, sempre com os melhores comentários HAHAHAHAHAHAHAHAH".
Bom, é muita coisa e não sei bem por onde começar. Talvez pelo absurdo que foi ter sido excluída (não falo isso por questões pessoais porque só vi essa menina uma vez na minha vida inteira e não tinha nenhuma ligação afetiva com ela) mas falo porque, ao iniciar uma discussão dessas eu tinha perfeita noção do que ia argumentar. Ter sido deletada me impossibilitou tanto de contra-argumentar quanto de ME DEFENDER de ataques mais pessoais. Acabei virando motivo de chacota - e não é meu ego que fica machucado e ofendido nesse caso. Na verdade, senti um pouco de pena.
Pra começar, como coloquei no meu próprio texto, não acredito que A Liga seja um programa bom - no sentido de que considero o programa sensacionalista, com o simples caráter de denúncia e, pra finalizar com chave de ouro, conta com a presença de uma das pessoas mais deprimentes do planeta: Rafinha Bastos.
Segundo, eu não considero que seja dahora não poder estacionar o carro numa via pública, num espaço público se não pagar, mas como tentei argumentar, daí fazer uma análise de que FLANELINHA É LADRÃO! já é um pouco demais. Não gosto de generalizações, acho extremamente perigoso, e querer discutir a questão de se ter liberdade em estacionar o carro numa via pública pra mim envolve MUITO mais do que culpar "flanelinhas" por cobrarem das pessoas. Realmente, eles não tem esse direito. Tampouco tem direito de cobrar, aquelas empresas normamente chamadas xxxpark e normalmente ligadas aos próprios bares. E isso ai, não é crime?
Depois, o que eu realmente vim falar aqui no blog não é dar continuidade a essa discussão. O que me deixou irritada ontem e um pouco irritada hoje foi ver a extrema INCAPACIDADE de discussão das pessoas atualmente. A menina simplesmente me deletou, me excluiu da discussão que EU mesma criei. Além disso, pude ter acesso aos comentários, que me deixaram EXTREMAMENTE revoltada - mas não porque me senti ofendida, mas pela falta de habilidade de se discutir. Primeiro, foi jogado na minha cara que eu NÃO PASSEI CINCO ANOS ESTUDANDO DIREITO e portanto não sei dizer o que é crime ou não, logo, não estou apta para conversar sobre esse assunto. Bom, ok, realmente não sei classificar todos os tipos de crime que as pessoas cometem, mas será que era essa mesmo a discussão? E, se fosse, não existia uma maneira de me EXPLICAR ENTÃO, tudo que foi acumulado nos seus ORGULHOSOS CINCO ANOS DE FACULDADE DE DIREITO? ok.
O comentário posterior inicia-se na SEMPRE presente lógica burguesa: Eu tenho direito de IR E VIR LIVREMENTE COM O MEU CARRO e nenhum indivíduo pobre pode danificar minha propriedade. Depois, trabalhadores honestos? Sério? O que é isso? ok.
O comentário da pessoa 3 é meu preferido. Ele me mandou ir dormir, porque né, se eu estou querendo discutir alguma coisa é porque eu nao tenho nada pra fazer e é melhor ir dormir do que discutir. A SEGUNDA PARTE É A CEREJA DO BOLO: Ele sabe muito bem de onde vem meu discursinho e isso não funciona com o tipo de gente que eles são. Acho que isso esclareceu muito bem que é uma das pessoas que tem mais esclarecimento do que rolou ali: Uma pessoa de esquerda argumentando com pessoas de direita - inclusive ele mesmo. Parabéns, esse aí é um cara de direita bem resolvido, fico feliz.
E pra fechar com chave de ouro (porque vou ignorar o comentário da pessoa 4) A CEREJA GIGANTE DO BOLO: Me "ofenderam" dizendo que meu pai é flanelinha. Bom, o comentário tá ali em cima, ele é o que ele é, nao tem o que dizer.
O que me deixa mais assustada - ou não - é que todas as pessoas que comentaram são amigas da menina em questão (of course) são de faculdades particulares EXTREMAMENTE CARAS (que por mais que sejam fáceis de entrar, não são fáceis de terminar porque possuem custos ABSURDOS, só se mantem lá quem tem MUITO dinheiro) (Não estou entrando em mérito de publico/privado nem nada disso, portanto não torrem. Só fiz uma constatação de que houve ali uma defesa "grupal", inclusive isso se expressa no próprio argumento do cara que disse "Com a gente isso não rola").
Os argumentos são centrados em cima das mesmas coisas: direitos, liberdade, propriedade, mérito - a menina que estudou direito por cinco anos - e, porque não, preconceito de classe. Ao dizer que meu pai era flanelinha, era ÓBVIO que a pessoa estava procurando me ofender e imagino que ela só tenha pensado nisso porque pra ela é inaceitável que existam flanelinhas no mundo, inaceitável que existam pobres, inaceitável que os flanelinhas tenham FILHOS.
Em um determinado momento a menina do post diz que é radialista, não é estudante. Bom, as duas são formadas, possuem diploma, concluiram essa etapa da vida delas e agora vão adentrar o mundo do trabalho. Parabéns, meninas. Eu fico pensando QUE PESSOAS (e não que profissionais, porque não é onde eu quero chegar) as faculdades estão formando hoje. E, aliás, queria finalizar o meu posto com isso.
Que tipo de indivíduos estão sendo fabricados por essa lógica nojenta do capital? Que tipo de pessoas, que tipo de gente, que tipo de sociedade? Eu me pergunto isso porque, bom, uma radialista que não consegue ter capacidade de argumentação ALÉM, obviamente, de reproduzir o que pra mim já é por si só preocupante, toda essa lógica capitalista, e uma advogada? juiza? enfim, uma menina formada em direito que para conversar com alguém sobre alguma coisa precisa que a outra pessoa tenha ESTUDADO PELO MENOS CINCO ANOS pra depois falar com ela.
Em tempo, espero nunca precisar de um advogado na vida. (Sem generalizações, galera) :P