Que além de tudo...

“Ele sabia dançar. Era bonito dançando. Mandavam sempre que repetíssemos, talvez para que os outros aprendessem a beleza. Ou mais cruéis: para que ele mesmo percebesse como eu já não conseguia dissimular o desejo de tocá-lo. Um dia, toquei. Mas sem cuidado. Como numa pirueta errada. Sem sentir, você calcula mal alguma coisa no passo e, em vez do vôo, vem a queda. O RIDÍCULO É QUE SÓ NO CHÃO VOCÊ PERCEBE QUE CAIU. Então é tarde demais. Mas havia um esboço de prazer quando nos tocávamos”.

Caio Fernando Abreu

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